15 de jan. de 2011

Página no Twitter mobiliza usuários a fazer doação aos desabrigados no RJ

Perfil 'Lei Seca' reuniu alimentos e roupas doados por seguidores.
Donativos seriam enviados para Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

Seguidores do perfil Lei Seca no Twitter se mobilizaram para juntar alimentos, roupas e produtos de higiene pessoal e limpeza em uma campanha que arrecadou toneladas de donativos para os afetados das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Na manhã deste sábado (15), os donativos reunidos em um shopping na Zona Oeste da capital seriam enviados para abrigos de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Ao todo, 120 pessoas iriam fazer o transporte do material, em quatro caminhões e 30 carros.

O publicitário Eduardo Trevisan, administrador do perfil no microblog, ressaltou que as redes sociais são uma grande arma na propagação da informação e, por isso, resolveu convocar os usuários para uma grande campanha de doação.

"Os seguidores do Twitter já têm essa característica de ajuda mútua. Não foi difícil reunir voluntários para doar e para trabalhar na organização e transporte dos donativos", afirmou Trevisan.

Cruz Vermelha
A tragédia, que deixou mais de 550 mortos e cerca de 6 mil desabrigados, despertou a solidariedade da população carioca. Durante toda a manhã deste sábado (15), a movimentação foi intensa também na sede da Cruz Vermelha, no Rio. Centenas de voluntários trabalharam na organização dos donativos, que não paravam de chegar.

O empresário Daniel Melo Vargas, 30 anos, chegou cedo ao local para oferecer auxílio no processo de separação dos materiais que estão sendo doados. "Nesse momento, todo mundo deve colaborar. A ajuda é fundamental para as vítimas desse desastre", declarou.

De acordo com um dos coordenadores da Cruz Vermelha, Carlos Alberto Marco, é importante que a mobilização continue até que a situação na região serrana se normalize. Ele destacou ainda que, nesse momento, as vítimas necessitam de água, leite, comida de preparo instantâneo, materiais de higiene e limpeza e colchonetes.

"A comida é muito importante, mas temos de pensar na necessidade real das vítimas. Os desabrigados não têm como cozinhar e, por isso, os alimentos devem ser de preparo fácil e rápido", explicou Marco. O coordenador destacou também que há necessidade de fraldas, mamadeiras, vassouras, rodos e panos de chão, além de escovas de dente e creme dental, sabão, sabonete e absorventes.

HemoRio
E a onda de solidariedade não para nos donativos. O HemoRio, órgão estadual de coleta de sangue, quadruplicou o número de atendimentos nos últimos dias. Durante a manhã deste sábado (15), centenas de pessoas aguardavam em longas filas pelo momento de fazer suas doações.

A enfermeira Slayne Ribeiro informou que, nesta sexta-feira (14), foram atendidas cerca de 1 mil pessoas, um número quatro vezes maior que o normal. "As pessoas se sensibilizaram com a tragédia e estão cooperando. Nosso pedido é que, ao longo da semana, as pessoas não parem de doar, já que o número de necessitados é muito grande".

Um grupo de motoqueiros se reuniu e resolveu fazer sua parte na ajuda às vítimas. Cerca de 20 proprietários de Harley Davidson compareceram nesta sábado ao HemoRio para doar sangue. "Essa tragédia afeta todo o estado do Rio de Janeiro e, nesse momento, toda manifestação de ajuda é indispensável", disse o motociclista Kleider Neves.

O HemoRio fica na Rua Frei Caneca, 8, Centro. O atendimento acontece todos os dias, das 7h às 17h. Para doar sangue, é preciso estar bem de saúde, ter entre 18 e 65 anos e pesar no mínimo 50 quilos.

EFE