Depois de voltar a ser cobrado pelo Congresso norte-americano sobre vazamentos de dados dos usuários da rede social para empresas de publicidade, o Facebook garantiu que usará criptografia para lidar com esse tipo de proteção de privacidade.
O Facebook pretende resolver o problema mais recente de vazamento de dados dos usuários a partir de aplicativos de terceiros, como o FarmVille e FrontierVille, encriptando as informações sobre os perfis que estão sendo transmitidas para esses aplicativos.
“Nos últimos dias, fomos investigar uma solução técnica para a questão da partilha das IDs de usuários (UIDs) do Facebook”, disse Mike Vernal, um engenheiro da rede social, em um post inserido no blog oficial para desenvolvedores.
“Para resolver esse compartilhamento inadvertido de UIDs, pretendemos começar a criptografar os parâmetros que nós passamos para os aplicativos baseados em iframe.”
Questão que não quer calar: o movimento é suficiente para livrar a cara da rede social de uma investigação mais profunda por parte das autoridades norte-americanas?
“O melhor seria que eles parassem de transmitir esse tipo de dado. Mas acredito que isso eles não vão fazer. Continuarão a responder às reclamações específicas e aos questionamentos como o do Congresso com soluções também específicas, uma vez que a empresa foi construída para vender as informações dos usuários”, afirma Ezra Gottheil, analista da Technology Business Research. “A maioria dos usuários não quer se aprofundar nesse tipo de discussão. Ouve o gripo de ‘problema’ e presta alguma atenção. Ouve ‘criptografia resolve’ e volta a fazer o que estavam fazendo”, completa.
Não sei quanto a vocês, mas o que mais incomoda é o fato de a segurança deixar de estar realmente no DNA das redes sociais. Porque é que só depois de uma situação embaraçosa eles decidem optar por algo tão básico como criptografar as IDs dos usuários?
O comportamento é igual ao do Google, no caso do Street View. Porque só agora, depois de ser acusado de capturar dados privados (como senhas e e-mails) de usuários, sem permissão, a equipe do serviço do Google decidiu procurar representantes dos governos de países onde o Street View já está disponível para entender como funciona a política de privacidade de cada um, conforme anunciou Alan Eustace, seu vice-presidente de pesquisa e engenharia?
Até que ponto as redes sociais e os mecanismos de busca podem lucrar com o seu tesouro — o fabuloso volume de informações que detém sobre as atividades das pessoas? Será que o Google deve aproveitar mais o que sabe sobre os usuários do Gmail? Será que deve criar uma vasta “plataforma de operações” para comprar e vender dados obtidos pela internet? Será que deve deixar as pessoas pagar para não vejam propaganda nenhuma?
IDG